quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O que mais anseio é a ignorância da alegria.

Donzela Tristeza,

Prazerosamente te informo que a senhorita precisa deixar meu alcácer agora. Devo me despedir de ti neste momento, pois tenho muito que fazer. Não posso te dar a atenção e o carinho que esperas de mim. Sou limitada neste quesito. Não posso afagar-te, não quero louvar-te, não tenho doces poesias para ti. Tenho sincera compaixão de tua pessoa, pois não tenho grandes aposentos para oferecer-te, não tenho te contemplado com grandes honras e não tens gozado de mordomias, aquelas todas que gostarias. Sei do teu grande amor por mim, tens feito de tudo para cercar-me com tuas doces e sedutoras cantigas. Porém, lamento muito, elas não coadunam com meu repertório. Tu tens me levado às mais antigas ilhas do conhecimento, porém, hoje desejo ficar na praia, quero apenas pisar a areia da superfície, celebrando a inocência das crianças. Sei também que podes me ensinar muito, o mais que aprendi em minha vida foi com tua parceria. Mas neste momento, o que mais anseio é a ignorância da alegria. Vá! Por favor. Sugiro que procure o seu donzel. Caso não o encontre, fique só. Goze a benfazeja solidão, não te quero achegada a mais ninguém. Não há quem te chame, embora, algumas vezes, não haja como não abrir-te a porta. Enfim, Majestade, tua jornada por meus prados se acabou. Obrigada por tua honrosa companhia. VÁ EM PAZ!!!

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