quarta-feira, 17 de maio de 2023

Viver pela graça!!!

 

 Taciana, à esquerda e Natália, à direita

No final de abril de 1996, sofri um acidente de carro, onde morreram na hora minha filha Taciana de 11 anos, a Creuza, uma jovem senhora, nossa grande amiga, que viajara conosco. Dez dias depois faleceu a Natália, que estivera em coma e na UTI em Araçatuba, SP. Eu quebrei cerca de oitenta por cento do corpo, fiquei na UTI, em coma induzido alguns dias, em Penápolis, SP, onde morávamos. Não havia nenhuma certeza da minha sobrevivência, depois não havia nenhuma certeza que eu voltaria a andar. O casamento acabou. Foram dias de indescritível sofrimento e dor. Várias vezes eu clamei pela morte. Era muito alto o preço pela sobrevivência. Havia um sentimento de culpa imensurável, pois eu que estava dirigindo o carro acidentado. A saudade das filhas doía a alma. O coração chorava e gritava, ansiando por consolação e força.  Nada me restara senão a fé. Louvo a Deus especialmente pela Igreja Metodista em Penápolis, SP, pelas demais igrejas, independente de nomenclatura, pela família, irmãos e amigos, que oraram incessantemente por mim. Tios e tias de Olímpia, SP, me hospedaram e cuidaram de mim nos meses subsequentes. Enfim, sobrevivi, sai da cadeira de rodas, deixei o andador e por último as muletas. Fácil, não foi, nem por um momento. O pior de tudo era estar só, não ter mais as filhas para abraçar. Elas eram o meu tudo. Pois bem, e agora? Tinha que continuar a vida, continuar o trabalho. Não havia como desistir. Precisava continuar. Nesta hora, somente a graça de Deus, o Espírito Santo para ajudar.   Toda a ajuda humana era bem-vinda, mas o problema estava no mais profundo, onde apenas o Espírito Santo podia tocar. E tocou! Aleluia! Ah! Como tocou!!! Hoje, vinte e sete anos depois, estou aqui para testemunhar que seja em que momento for, a graça de Deus nos assiste, o Espírito Santo nos fortalece, levanta e ajuda a caminhar. O salmista bem sabia disso quando disse: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. ” Salmos 46:1-3.  Posso dizer, com toda certeza, que sobrevivi, vivo e viverei unicamente pelo amor e poder de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, a quem sou e serei eternamente grata. Obrigada, Senhor!!!

Texto publicado no Jornal de Assis, Assis, SP, em março de 2023.

Obrigada, Senhor!!!

Foto: Taciana, à esquerda e Natália, à direita..