sábado, 28 de outubro de 2017

Nossos muitos gemidos



Meu irmão Jairo está muito doente. Em vários momentos de grande dor, dormindo ou acordado, não sei dizer, ele tem gemido e gritado: - Mamãe, mamãe, mamãe! Na segunda-feira próxima passada, por conta da sua enfermidade, desdobrei-me nas tarefas da casa e no cuidado com ele. Ao final do dia, não aguentava andar, também com muitas dores no meu pé direito e joelho esquerdo, pois fiquei com sequelas de um acidente de carro. Comecei a gemer como ele: - Ai, aiii, aiiii. Só não chamei pela mamãe, estava ainda no meu juízo perfeito. Porém, não fiquei gemendo por muito tempo, tomei remédio e vim escrever para o Jornal, pois não podia deixar de lado essa situação tragicômica, sem buscar na Bíblia, essa grande floresta de Deus, ignorada pela maioria dos humanos, um texto para reflexão, para aproveitar como inspiração. E o que mais falou comigo foi a revelação do sábio: “No final da vida você gemerá, com sua carne e seu corpo desgastados” (Provérbios 5:11). Ri e pensei: - Gemer é previsível para o fim da vida de todos. Interessante que nunca havia pensado nisso. Agradeço aos gemidos do Jairo que me fizeram pensar. Pois bem, gememos por tanta coisa. Nesse exato momento, tenho uma grande amiga, gemendo de dor, porque sua filhinha está entre a vida e a morte. Infinitas outras mães, estão gemendo por inúmeras outras razões. Homens, mulheres, jovens, crianças, estão gemendo nesse momento, em lugares perto e longe de nós. O gemido é um lamento da alma pela dor no peito, causada pelo físico e pela alma. No meio do nosso gemido, não podemos perder a fé e a esperança. Apostei com o meu irmão R$ 200,00 (duzentos reais). Eu disse que na segunda-feira próxima (18.09.2017) ele estará lavando a louça do final de semana para mim, muito feliz porque estará bem de saúde; Deus, o médico e a medicação terão feito o resgate do seu bem-estar. Ele disse que eu iria estar chorando porque estaria longe daqui, ou prestes a ir. Dei muita risada. Façam suas apostas! Estou orando para eu ganhar, pedindo perdão a Deus pelo meu pecado do jogo. Torçam e orem por mim. Deixando de lado todo o humor do caso, oro com minha alma, para Deus curar o meu irmão e todos que como ele estão gemendo, em nome de Jesus. Ajuda, Senhor!!!

Texto publicado no Jornal de Assis, no dia 13 de setembro de 2017.
Ajuda, Senhor!!!

Foto: Pesquisa Google.

Aposta perdida!!!



Há pouco mais de um mês fiz uma aposta com meu irmão Jairo (in memorian). Tinha 62 anos, morava comigo, estava doente e havíamos marcado consulta com um excelente médico de Campinas, SP, onde moramos. Um dia antes da consulta, estávamos sentados à beira da mesa da cozinha conversando, quando deu alguns gemidos de dor. Então, eu disse: - Amanhã iremos ao doutor e daqui uma semana você estará sentado aí todo feliz. Ele respondeu – Ou em outro lugar. Eu o desafiei: - Vamos apostar? Desafio aceito. Apostamos R$ 200,00 (duzentos reais). Claro que era puramente uma brincadeira, mas lógico que eu ia querer meus duzentos reais, com um pedido de perdão a Deus. Fomos ao médico, foi bem tratado, medicado, internado, mas faleceu. Pois bem, eu perdi a aposta. Cumpriu-se sua palavra. Foi para o Céu, sobre o qual ele tanto pregou. Era um pregador evangélico por excelência. Só tinha um problema: pregava por um tempo maior do que minha mãe Vilma (in memorian) e outros queriam ouvir. Isso porque queria contar tudo que sabia de Deus, da fé, da sua experiência de oração, intercessão, conhecimento bíblico de uma vez só. Tinha muito para dizer e quando tinha gente para ouvir, pouca ou muita, falava bem e bastante, com gosto e maestria. Não falará mais, quem ouviu por ele ouviu, se aceitou ou não suas palavras, não importa, o que importa é que anunciou o Evangelho, que é o poder de Deus para salvar todo aquele que crê. Ah! Como eu gostaria de ter ganhado a única aposta com dinheiro que fiz em toda a minha vida. Mas não choro porque perdi a aposta. Choro porque não está mais comigo o irmão que eu tinha para brigar, fator primordial para o aprendizado do exercício da convivência humana; quando aprendemos a viver de igual para igual, cumprindo nossos deveres e lutando pelos nossos direitos. Estou chorando por infinitas razões além dessa. Enquanto choro; oro, enquanto oro; choro, como me ensinou sua filha, moça bonita, Nelisa, na busca de consolo. Assim, eu e todos, familiares e amigos, iremos seguindo a vida, aprendendo a lidar com a morte, a mais terrível realidade da vida, que por mais constante que seja nunca nos habituaremos a ela, é nossa inimiga, ainda que vencida na cruz, por Jesus Cristo de Nazaré. Graças a Deus, que, agora, por enquanto, podemos continuar vivendo, através das virtudes eternas: “a fé, a esperança e o amor, mas o maior destes é o amor” (1 Co 13.13). Obrigada, Senhor!!!

Texto publicado no Jornal de Assis, no dia 11 de outubro de 2017.
Ajuda, Senhor!!!

Ah! Se eu pudesse!!!



A vida humana é desenhada, redesenhada, por decisões tomadas. Quantas vezes olhamos para trás e arrependemo-nos de algumas atitudes que tomamos. Quantas vezes eu disse - Ah! Se eu pudesse mudar a história!!! Quantas vezes acuso-me por decisões tomadas que hoje não tomaria. O pior, ou melhor, não sei, é que não podemos mudar o passado. Fizemos o que sabíamos, o que pensávamos ser correto naquele contexto. Hoje, “não adianta chorar o leite derramado”, como diz a sabedoria popular. Quem dera fosse possível, pensamos algumas vezes. Mas, ainda bem, que não podemos mudar. Seria um desrespeito para conosco mesmos. Fizemos o que fizemos e devemos ser respeitados por tal feito. Devemos ter piedade de nós. Se não fizemos mais ou melhor, é por alguma razão que não nos cabe discutir agora. Fizemos, tá feito. Pronto, acabou. Página virada. Segue a vida. É certo que na teoria é fácil falar, mas há um grande descompasso entre a teoria e a prática. Conto sempre com o livro dos livros, a Bíblia Sagrada, para iluminar o caminho. Ela declara: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” (Eclesiastes 3:1-8). Assim, podemos concluir, que tudo que foi feito, cumpriu com um propósito debaixo do céu. De alguma forma, em alguma medida, moldou nosso caráter, cooperou para o nosso crescimento. Só nos resta perdoar a nós mesmos, pelos erros cometidos, aceitar a história, dando graças por tudo. Obrigada, Senhor!!!

Texto publicado no dia 18 de outubro de 2017 no Jornal de Assis. 
Obrigada, Senhor!!!

Foto: Pesquisa Google.

O quê pensar!?


O apóstolo Paulo, na epístola que escreve aos crentes de uma importante cidade do Império Romano, Filipos, os instrui a pensarem apenas coisas boas. Ele aconselha: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4. 8). Nossos pensamentos nos identificam. Somos aquilo que pensamos, pois agimos a partir deles. É muito triste quando somos dirigidos por pensamentos negativos, perdemos a fé, a esperança, o amor. Tudo é ruim, nada vale a pena. Não quero dizer com isso que devemos ser alienados, não ver a realidade muito dura às vezes. Quero dizer que a partir de nossos pensamentos moldamos nossas atitudes e a partir dela fazemos a nossa história. As coisas difíceis devem ser encaradas, enfrentadas, vencidas com fé em Deus. Apenas o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama, que tem virtude e louvor, deve ocupar nossa mente, porque estão em sintonia com o Reino de Deus. O que é contrário a isso não deve ocupar nossa mente, contraria a Deus. É impressionante o quanto somos levados a pensar coisas desagradáveis que nos entristecem, magoam, nos fazem infelizes. Temos que resistir, com todas as nossas forças para não sermos levados ao fundo do poço por tais pensamentos. Da nossa alma devemos dar um grito de socorro ao Espírito Santo, para que Ele nos ajude a vencermos o mal e pensarmos o correto. Podemos vencer o mal, vencendo o pensamento que dele advém, pois, “por acaso não somos todos um retrato do que pensamos, de todas as decisões que tomamos até agora?” (Richard Bach). No dia a dia somos tentados a pensar nas coisas que nos assolam, nas dificuldades, no que entristece. Precisamos lutar contra para vencermos. Oro, com toda a minha alma, para pensarmos o que é bom. Ajuda, Senhor!!!

Texto publicado no Jornal de Assis, no dia 25 de outubro de 2017.
Obrigada, Senhor!!!

sábado, 21 de outubro de 2017

Continuo sonhando apesar de tudo

"... ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria." 1 Coríntios 13:3.






"Ainda acredito numa espiritualidade que nos torne mais humanos, mais próximos de Deus, das pessoas e de todo o meio ambiente de que somos parte; que possa gerar mais vida do que lucro material; mais virtudes do que sucesso; mais amor às pessoas do que apego às coisas; mais solidariedade do que competição; mais integridade do que religiosidade; mais renúncia do que egoísmo. Continuo sonhando ... Uma espiritualidade que combata toda forma de injustiça e opressão." (Pr. Carlos Queiroz). Eu também acredito! Essa espiritualidade é meu sonho desde a minha experiência pessoal com Deus, que ocasionou o meu chamado para a obra missionária. Na Faculdade de Teologia ela foi ampliada pelo viés da Teologia da Libertação. Aliás, o que me moveu para a Teologia da Libertação, foi o descaso de um dos líderes do movimento carismático para com um moço pobre que passou perto de nós pedindo. Ele era meu grande amigo na época, eu quase o idolatrava como cristão, Porém, seu desamor para com o nosso próximo me fez repensar o Movimento Carismático da Faculdade de Teologia, do qual eu era representande no Centro Acadêmico João Wesley (CAJW). Após o episódio, reconheci naquele que eu considerava herege, um dos representantes da Teologia da Libertação, Prof. Ely Eser Barreto César, um cristianismo mais afinado com o Evangelho. Hoje, não sou do Movimento Carismático, nem da Teologia da Libertação, por influência do meu querido Bispo-pai, Rev. Scilla Franco. Antes, busco de toda a minha alma, a espiritualidade que sempre sonhei, como o Pr. Carlos Queiroz bem sintetizou acima. Sonho e a busco com minhas forças, para mim e para a Igreja que pastoreio. Ela existe e pode se multiplicar infinitamente pela ação real do Espírito Santo! Ajuda, Senhor!!!

Foto: Pesquisa Google, desconheço a autoria.