"O bom siso te guardará e a inteligência te conservará." Provérbios 2. 11.
Nossos desejos nos mobilizam e nossas escolhas determinam nossa história. A questão é saber se o que desejamos é realmente bom. Para sabermos isso precisamos de muito discernimento, a fim de não nos movermos por algo que não valha a pena. Caso não façamos nossas escolhas pela razão, levando em conta todas as suas variantes, vantagens e desvantagens, corremos o risco de entrarmos em uma situação que nos faça sofrer. Se isto ocorrer, após muito sofrimento, mudaremos; deixaremos de desejar e correr atrás daquilo que mais mal do que bem nos faça. Pablo Neruda bem disse: "Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências". De fato, colhemos o que plantamos, teremos sempre que arcar com o resultado de nossas escolhas, é fato inerente. Sempre somos procurados para darmos nossa opinião a respeito de assuntos pessoais, diversos, no aconselhamento pastoral. Sei que algumas vezes dei a minha opinião, coisa que jamais deveria ter feito. A decisão deve ser da pessoa que vivencia o problema, jamais devemos dar a nossa opinião pessoal para alguém, por mais íntimo que nos seja. A vida é dela, as decisões são dela. Não devemos ter medo de dizer que não sabemos. Devemos sugerir que pensem mais, orem, jejuem até, se for necessário, avaliem os prós e os contras, antes de tomarem qualquer decisão. Outro dia dei um conselho para uma amiga por telefone. Ela estava em dúvida e me ligou, na urgência do fato, falei o que eu pensava. Infelizmente, alguns tempo depois, ela me ligou dizendo que aquilo que eu sugeri não havia dado certo. Era um assunto sentimental. Lamentei profundamente. Decidi que não vou dar mais minha opinião. Vou dizer: não sei! Por quê não sei mesmo, às vezes, não sei nem o que é melhor para mim. Uma das coisas que mais anseio na minha vida e peço a Deus é discernimento. A falta dele é que nos faz errar e ainda pode nos levar a induzirmos, sem querer, outros ao erro, lamentavelmente. Sábado passado (24), tivemos uma reunião de jovens muito gostosa na Igreja e o pregador da devocional foi o jovem casado Joanes Tiago. Ele falou sobre a responsabilidade e liberdade humana de tomar decisões. Usou o texto do capítulo 24, do livro bíblico de Josué, líder de Israel, sucessor de Moisés, que liderou o povo de Deus na conquista da Terra Prometida, Canaã. Josué, ao final de sua vida reuniu todas as tribos de Israel, com suas lideranças, na cidade de Siquém. Após um relato detalhado da história da saída dos israelitas do Egito, Josué exorta o povo a abandonar a idolatria, temer ao Senhor, O servir com sinceridade e com verdade. Concluiu sua fala dizendo: "Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor." (v. 15). O povo respondeu: "... Nunca nos aconteça que deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses;" (v. 16). Foi a melhor escolha da vida de Josué e do povo israelita. Usando o episódio, Joanes frisou bem sobre a necessidade de fazermos boas escolhas para nossas vidas, enfatizando que elas devem estar de acordo com a vontade de Deus para nós, que é boa, agradável e perfeita. Salientou que podemos ter boas e agradáveis vontades, porém, a melhor é a de Deus, pois é perfeita (cf Rm 12:2). Concordo plenamente com ele. De fato, Josué escolheu o melhor, servir ao Senhor, ele e toda a sua casa. Essa é a melhor decisão, a melhor escolha que alguém pode fazer. Dela depende todas as nossas outras decisões. Se decidimos servir ao Senhor, nossas escolhas devem estar de acordo com este propósito maior, ele determinará que tipo de vida iremos ter, qual será o nosso comportamento na família e na sociedade. Faremos apenas a coisa certa, que esteja de acordo com os valores do Reino de Deus. Leon Tolstoi nos ensina: "a indagação mais importante que devemos ter sempre diante de nós é a seguinte: Estamos fazendo a coisa certa?" Oro para sabermos julgar nossos desejos, a fim de nos movermos apenas pelo critério de Deus. Entendo que seremos muito felizes se fizermos apenas a vontade do Pai. Jesus nos ensinou a orar assim: "Seja feita a Tua vontade". Ajuda, Senhor!!!
Texto publicado no Jornal de Assis, ontem, 28/08/2013.
Obrigada, Senhor!!!
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