quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Medíocre!!!



Estou cansado, mas nem mil camas poderiam

me dar o descanso que preciso.

Estou exausto, mas nem mil noites conseguiriam

me dar o vigor que necessito.



O que é nossa vida?

Somos um vento que vem e logo passa.

Somos uma flor que murcha e perde sua graça.

Somos... Fomos.



Há uma razão nisto tudo?

Procuro um motivo.

Um vislumbre de alegria.

Sentir-me vivo.

Viver o que penso que faria.



Mas no que resulta tudo isso?

Tudo é passageiro

Nessa máquina de ilusões

Sinto-me um estrangeiro

Sem entender direito as direções.



E do que vale tudo isso?

Vaidade sobre vaidade

Distraímos-nos da seriedade

Criamos nossa própria felicidade

Tememos a idade.



E como ver tudo isso?

Meus olhos não são mais coloridos

Perdoe-me eu falhei em tentar

Ser a pessoa com olhos distraídos

Tudo que vejo não agrada meu paladar



O que é a minha vida?

“Medíocre! Medíocre!”, gritam pra mim as crianças.

“Medíocre! Medíocre!”, falam pra mim as damas.

“Medíocre! Medíocre!”, cochicham pra mim as senhoras.

“Medíocre! Medíocre!”, sussurram pra mim as sepulturas.



Isso é tudo?

Um cristão mediano.

Um aluno mediano.

Um profissional mediano.

Sempre na média, sempre medíocre.



De onde vem?

Esses vislumbres de grandeza?

Esse desejo mais profundo

De sentar-me a mesa

E não ser mais um no mundo?



Do que serve?

Esse desejo de mudar?

De tornar-me uma revolução

Que não seja volátil como o ar

Que não seja vil como um cão?



Sou eu, então o mais triste dos homens?

Certamente eu sei que Nabucodonosor

Levantar-se-ia e diria que não conheço o pó

E outra testemunha afirmaria que não sei o que é dor

E sei que esta outra pessoa seria Jó.



Haverá, portanto, esperança?

Certamente estes mesmos homens que beijaram a morte

Testemunhariam que Ele é soberano e que vive

E que ainda é poderoso para mudar minha sorte

E não deixará o seu santo conhecer a destruição vil e triste



E o que dirá você?

Que sou desvairado, louco, negativista e caxias?

Pressupõe que detém toda verdade?

Ah, meu amigo, não me venha com palavras vazias

Entenda que o que busco vai além, chama-se realidade.


O que é sua vida?

Alguém sabe a saída?


De Vinícius Musselman Pimentel.

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