quarta-feira, 9 de julho de 2014

O sonho que era ilusão.

Uma vez, um jovem pediu ao seu pai, a metade dos bens, pois queria conhecer o mundo, viver longe de casa, soberanamente. Seu pai, amoroso, atendeu seu pedido. Com dinheiro no bolso, partiu, saiu pelo mundo. Gastou tudo que tinha, com todo tipo de divertimento e pessoas, tendo uma vida desregrada.  Quando não tinha mais nada, foi procurar emprego; o único que encontrou foi para cuidar de porcos. Era na época um trabalho humilhante. O dinheiro que ganhava não cobria nem as despesas com a sua comida e roupa, chegando a comer a comida que era dada aos porcos. Um dia, caiu em si e pensou: "na casa de meu pai seus funcionários passam bem, e eu aqui, comendo a comida dos porcos. Vou voltar e pedir que eu seja tratado como um deles". Assim, arrependido, voltou para a casa do pai. Vendo o filho de longe, o pai veio feliz ao seu encontro, movido de grande compaixão, abraçou e beijou-o. O filho disse: "Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho." Ao que, o pai não respondeu, pelo contrário, mandou os seus servos trazerem rapidamente a melhor roupa para ele vestir, colocarem o anel da família na sua mão, sandálias nos pés e matarem um bezerro cevado, a fim de comerem e se alegrarem. Disse a todos: "comamos, e alegremo-nos; porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado." Após isso, aconteceu uma grande festa, com música e  danças. Jesus contou esta parábola, que é uma comparação, analogia, um discurso alegórico, para explicar o amor de Deus aos homens. Está registrada no Evangelho segundo Lucas, capítulo 15, versículos 12 a 32. Normalmente, como este filho, queremos as bençãos de Deus e não queremos compromisso algum com Ele, com a sua casa (reino). É muito triste, mas é a verdade. Normalmente, buscamos Deus apenas quando não damos conta de resolvermos nossas dificuldades. Porém, quando estamos longe dele, nossa vida é uma miséria. Apenas quando reconhecemos a nossa miserabilidade é que retornamos à casa do Pai, o Reino de Deus, como fez o filho pródigo. O sonho de liberdade, independência, daquele jovem, foi por água abaixo. Não era nada mais do que uma ilusão. O que lhe parecia ser vantajoso, ficar longe da casa do pai, ter liberdade, independência total, era na verdade um engano. Ao sofrer a desilusão, aquele filho reconheceu que na casa do seu pai era melhor, voltou, foi bem recebido e teve festa. Essa parábola é a ilustração perfeita da beleza do amor do Pai, nosso Deus. É o pai que perdoa o filho. Assim é Deus para conosco. Somos tão falhos, tão pecadores, andamos tão longe da casa do Pai. Mas quando tomamos consciência da nossa tolice, do que poderíamos ter, nos voltamos arrependidos para os seus braços. Ele está sempre pronto para nos receber, acolher. Essa parábola ilustra perfeitamente o que podemos ter na casa do Pai e também nos mostra o quanto podemos perder se sairmos da sua presença. Não devemos nos distanciar de Deus. Se fizermos isso, vamos entrar num barco furado. As tristezas, desilusões, frustrações, maus exemplos de cristão, muitas vezes nos fazem desanimar da fé. Não podemos deixar isso acontecer. Nossa fé deve ser fortalecida a cada dia, com a oração, jejum, leitura da Bíblia, participação nos trabalhos da Igreja, na Ação Social, no trabalho cristão voluntário, na comunhão com outros cristãos sinceros, independentemente da denominação eclesiástica. O mundo e sua filosofia barata lançam bobagens, sofismas, para nos fazer ir à incredulidade. Não são os sábios que jogam pedras à fé, são os tolos. Diz o "néscio em seu coração, não há Deus." (Salmos 53.1). Qualquer projeto humano, fora da vontade de Deus, que nos leva a uma vida de aparente liberdade e independência, nada mais é do que uma tola ilusão. Oro com todo o meu coração, para que nós não vivamos longe da presença de Deus, enganados pelas tolices humanas, ao contrário, que O busquemos ansiosamente como o salmista fazia: "A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pela manhã." (Salmos 130:6). Que jamais saíamos da casa do Pai, para não sofrer e voltarmos arrependidos. Ajuda, Senhor!

Texto publicado hoje no Jornal de Assis.
Obrigada, Senhor!

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