Que pandemia é essa? Já passa de um ano e ela ainda não acabou? Ao contrário, está mais forte, destruindo vidas a quase três mil por dia no Brasil. Chegou à minha família de sangue, levou o mais querido de todos, à minha família da fé mais achegada, da Igreja Metodista. O que é isso, Deus Eterno? Não temos resposta. Não sei se viverei para saber a resposta. Quem sabe um dia, a resposta virá. Do ponto de vista humano, do nosso calendário, um ano parece muito, mas na verdade não é. Pensando em termos de quantidade de anos de cada um de nós, também não é muito, é pouco. Mais ainda, pensando em vista da eternidade, um ano é pouquíssimo. Porém, a quantidade de estrago feito é grande, e pelo jeito, vai continuar, até quando não sabemos. Já se fala em década. Peço perdão pelo meu texto do dia 29 de abril de 2020, onde eu repeti o que alguém havia dito: “- já, já tudo passa”. O que me pareceu uma fala segura, certa, dita com criatividade, foi na verdade uma falácia. Quem falou, ainda disse: “- vai dar tudo certo “. Pois bem, não passou ainda e não deu tudo certo. Aliás, deu tudo errado. Estamos com o quarto ministro da saúde no período e tudo continua mal, muito mal. Ninguém, no bom juízo pode negar isso. Li alguém dizendo que se tivesse dois mil mortos por dia haveriam vagas sobrando. Será que ele não sabe que para cada vaga existe muitos doentes, mais que um em alguns lugares e muito mais que um em outros lugares? Lamento profundamente tudo e todas as coisas advindas nessa pandemia. O que mais me choca, no entanto, é a desconsideração de alguns pela dor e sofrimento de um povo que chora, lamenta seus mortos e agonizando (não) enterra seus mortos. Estamos vivendo tempos cinzentos, exatamente no vale da sombra da morte. As mortes fazem sombras sobre nós. Gostaria de ter fé suficiente para dizer de verdade como o salmista: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque a tua vara e o teu cajado me consolam. ” (Salmos 23:4). Com toda a minha alma, eu oro para Deus nos ajudar a suportar esse triste tempo, de chorar, de não abraçar e de perguntas sem resposta. Ajuda, Senhor!!!
Texto publicado no Jornal de Assis, Assis, SP, hoje, 24/03/2021.
Obrigada, Senhor!!!
Foto: Google.
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