Gostamos de
esconder nossos pecados. É certo! Não penso em sair por aí contando todos os
meus pecados. Mas, meditando sobre a frágil e imperfeita humanidade, olhei para
as minhas mazelas cometidas desde muito tempo. Normalmente, deixamos bem
escondido aqueles episódios que não nos agradam no tal do subconsciente, nosso
protetor ou nosso carrasco, dependendo de cada caso e pessoa. Não sei por que resolvi
contar agora uma de minhas muitas mazelas, tirá-la para sempre do subconsciente,
me libertando dela, talvez. Já fui ladra! Sério, sério mesmo. Eu tenho uma tia
maravilhosa, a tia Shirley, irmã da minha mãe Da. Vilma, já falecida. Essa tia
era uma moça muito bonita e trabalhadora. Morava com meus avós na Fazenda Ponte
Alta, no pequeno município de Altair, interior de São Paulo, hoje mora em
Olímpia, perto dali. Eu morava em Nova Granada, cidade próxima também. Nas
férias, eu e meus irmãos, Jairo e Vanilda, íamos passar as férias na Ponte
Alta. Era uma festa, mas com algumas ressalvas. Um dia, eu peguei dinheiro de
uma das gavetas da máquina de costura da Tia Shirley. Não aconteceu nada, ela
não percebeu, ou fingiu que não tinha percebido, e a coisa ficou sem maiores
consequências. Se continuasse assim, talvez hoje eu fosse uma ladra e não uma
pastora. Mas, graças a Deus eu tive pais que me educaram. Outra vez, peguei um
dinheiro de meu pai para comprar algumas bobagens de criança. Ah, meu pai logo
depois sentiu falta; falou com a mamãe que me levou em um canto, me deu um
grande sermão sobre o mandamento não roubarás e meu pai me deu uma bela surra.
Fosse hoje ele seria levado para o Conselho Tutelar, mas eu agradeço a surra
que levei. Tivesse eu continuado com esse mau comportamento não estaria aqui
hoje, com certeza, escrevendo esse texto. Sou feliz por ter tido uma família,
ter tido pais que ensinaram a mim, ao Jairo e à Vanilda o valor da honestidade.
Cumpriram a orientação bíblica: “Educa a criança no caminho em que deve andar;
e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22.6). Eles nos
levaram para a Igreja Metodista em Nova Granada, SP, onde aprendemos as coisas
de Deus, por isso, pudemos crescer sabedores de todas as nossas
responsabilidades e deveres. Dos nossos direitos, eles nunca falaram, mas os
deveres era a cartilha de todo dia. Éramos uma família pobre, mas de princípios
cristãos. Por essa família dou graças a Deus. Lamento, profundamente, ver
crianças que não tem esse privilégio, sinto muito, sinto muito mesmo. Oro para
Deus capacitar a mim, à Igreja, para sermos melhores prestadores de serviço ao
mundo que tanto carece dos valores da fé cristã. Ajuda, Senhor!!!
Texto publicado hoje, 02.12.2015, no Jornal de Assis.
Obrigada, Senhor!!!
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