Jesus Cristo, após a última ceia, pouco antes de enfrentar a
cruz para a sua morte, vai conversar com o Pai (João 17). A impressão que tenho
é que ele ali desvendou a sua alma, antecedendo sua extrema agonia
experimentada no Getsêmani. É um dos seus momentos de despedida do mundo. Faz a
Oração Sacerdotal, uma intercessão genuína, não apenas pela vida dos discípulos
daqueles dias, mas clama pelos que haveriam de crer nele no futuro, então,
concluímos que clama por nós também, os cristãos, seus discípulos da
atualidade. Fica evidente em seus clamor que o seu desejo maior e pela unidade
dos seus discípulos, pela nossa unidade: "Para que todos sejam um, como
tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o
mundo creia que tu me enviaste." (João 17:21). Somos cristãos, discípulos
de Jesus. Entendo, que como Jesus clamou por unidade, devemos clamar também,
mais ainda, devemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para promovermos a
unidade entre nós. Somos o Corpo de Cristo, devemos estar unidos, fazendo
aquilo que nos compete fazer, evangelizando. A nossa luta não deve ser por
marcar o nosso espaço, nosso território, a nossa denominação (metodista,
presbiteriano, batista etc.), mas o Reino de Deus entre nós. Creio que temos a
oportunidade de fazermos isso sempre, o grande problema é que não temos
interesse. Domingo passado, 26.06.2016, conversei com um pastor batista que foi
à nossa igreja metodista para simplesmente participar de um culto em comemoração
ao aniversário de nossa igreja, ele e toda a família. Me contou que tem um
amigo pastor, que alugou um grande templo, porque o que tinha era pequeno. Por
conta disso, resolveram juntar os membros, ele, com alegria se juntou com o
colega-irmão, duplicando a participação do corpo. Testemunhou que foi
impressionante o mover de Deus entre eles, me disse: “É impressionante o que
Deus faz quando há um ajuntamento ...” A partir de então não são mais dois
pastores com duas igrejas divididas. São dois pastores unidos, duplicando
responsabilidades e recursos, para juntos pastorearem uma igreja unida. Será um
tempo de comunhão, de expressão da unidade dos crentes. Juntos darão graças e
clamarão pelo agir de Deus sobre eles. Que este exemplo seja seguido, é a minha
oração. É lamentável, que fatos como esse não sejam comuns, ao contrário,
raríssimos, o que impera é a divisão de igrejas. Que o Senhor nos assista, o
Espírito Santo nos una, pois devemos ter "No essencial, unidade; no não
essencial, flexibilidade; em todas as coisas, o amor." (John Stott).
Devemos no dia a dia, cooperar pela unidade do Corpo de Cristo. Vamos, então,
abraçar, sorrir, para aqueles que não comungam conosco, nos nossos espaços,
dando mostras claras de que em Cristo somos um. Por isso, como Jesus, eu clamo
ao Pai. Ajuda, Senhor!!!
Foto: Pesquisa Google.